O poeta da vida

Beleza AmazĂ´nica.

 

Quanta delicadeza em um rosto com traços equatoriais! Tem a cor morena igual aos frutos da bacabeira, tão peculiares nos rincões da nossa terra.

Os seus lábios se assemelham a plumagem exuberante dos Guarás com a cor de escarlate e as protuberâncias dos lábios remetem ao intenso volume das águas que margeiam nossas florestas no intenso inverno amazônico.

A sua boca destila um sabor inconfundível que somente se iguala ao do açaí retirado da palmeira no tempo hábil do fruto maduro.

Seus cabelos refletem mistério, força e perigo como as sombras internas das típicas florestas equatoriais em que a sobrevivência depende da experiência e conhecimento que o caboclo adquiriu como morador que sabe perscrutar a sua sensibilidade e perspicácia.

Seu olhar é viril e radiante! Como o olhar da fera mais temida das florestas amazônicas a onça pintada, que ao espreitar sua presa, primeiro olha com bastante atenção e paciência e depois ataca.

O seu sorriso é tão belo quanto o voo do Gavião Real a maior e mais bela ave de rapina do planeta que após abater sua presa vai saboreá-la na copa de uma imponente castanheira.

Sua pele é macia, lembra muito a flor da mãe das árvores amazônidas a Sumaúma, que na primavera espalha sua flores e sementes promovendo sensação de paz e tranquilidade.

O seu corpo é beleza estonteante, pois possui curvas tão parecidas com os entrelaçados rios e igarapés que serpenteiam as margens das nossas florestas oferecendo as mais infinitas possibilidades aquele que possui permissão de tocá-la.

O cheiro é inconfundível! Impossível descrever, uma vez que é a mistura de várias essências encontradas em folhas troncos e raízes de árvores amazônicas que só podem ser encontradas nos lugares mais longínquos no interior da floresta.

Sua voz é firme e poderosa lembra os dias de chuvas torrenciais que trazem consigo os ventos, relâmpagos e trovões em dias quentes.

Ela é simplesmente um mosaico da diversidade tão espetacular da região onde ela nasceu, e que o restante do mundo aprendeu admirar.

Quando precisa ser onça, ela é onça! Mas quando precisa ser o beija flor brilho de fogo, ela também consegue se transformar.

Não existe limites para sua imaginação nem barreiras que a impeçam de avançar, pois o destino de uma guerreira amazônida é olhar além das copas das maiores árvores da floresta e focar no horizonte das infinitas possibilidades.

E não se engane, pois ela tem o poder xamãnico de se transformar em vários bichos da floresta.

Se hoje você me perguntasse qual o bicho que ela se transformou lhe responderia sem turbidez: Qualquer um que possua grandes asas!!!

MJ.