CHUVA E PROSA
Cai a chuva donzelinha
alistra aquista o anoitecer
chaparica na terrinha
odalisca-me de bem-querer.
Vem de chilre e chinelinha
chove lépida ao ouvido
colibri anis-baunilha
de pingente oferecido.
Alberga apraz.... chorrilhas
aguadilhas de fio pipilar
na alcova voo mil milhas
no âmbar do seu olhar.
Chia `o amago piriquito
sem cairel pro\' seu pingar
nas cissuras dos cacaueiros
da ignea ilharga ao resfolgar.
Oboés de edenica verdura
moçoila pintassilga e arisca
a recitar na orval alvura
no odelismo da cantaridade oblisca.
Nesse chuviscar da cachopa
abrandamento há lá algum
dá-me cachoeiras de chilreios
no A B C do um a um.
David Santos, 22 de Outubro 2020.