O silêncio e mais nada eu ouço agora,
Nem o vento murmura no terreiro;
E até mesmo a viola do campeiro
Fez seu canto e já logo foi-se embora.
A criança pequena já não chora,
Nem o galo se ouviu cantar primeiro;
O torpor de Morfeu foi mais ligeiro
E os calou desde a noite à rubra aurora.
É a magia do sono em que repousa
O fantasma que dorme sob a lousa
E a cidade que vive amargurada.
Ele chega ao planeta, lá do espaço
Desce o pólen oculto do cansaço
Na mudez virginal da madrugada.