Amanhã de manhã, escreverei um poema,
Nele direi: Eu te amo.
Num impulso, rasgarei todas as amarras,
Colarei o poema nas paredes de seu caminho.
E então...dançaremos todas as danças,
Ficaremos tontos de rodopiar,
E tonta sussurrarei: Sou sua
Mas, num lampejo das amarras, direi:
“O poeta é um fingidor”
Se finge tão completamente a sua dor,
Também o faz com o seu amor.
Voltarei ao seu caminho, rasgarei o poema.
Passará por ele e encontrará, paredes nuas.
Amanhã de manhã, não escreverei um poema.