Ize de Almeida

Impulso

 

Amanhã de manhã, escreverei um poema,

Nele direi: Eu te amo.

Num impulso, rasgarei todas as amarras,

Colarei o poema nas paredes de seu caminho.

E então...dançaremos todas as danças,

Ficaremos tontos de rodopiar,

E tonta sussurrarei: Sou sua

Mas, num lampejo das amarras, direi:

“O poeta é um fingidor”

Se finge tão completamente a sua dor,

Também o faz com o seu amor.

Voltarei ao seu caminho, rasgarei o poema.

Passará por ele e encontrará, paredes nuas.

Amanhã de manhã, não escreverei um poema.