Tu soubeste meu sonho mais oculto,
Eu te disse sem dúvida e sem medo;
Mas me deste de volta um rude insulto
E trataste por palha o meu segredo.
E de mim tu fizeste um simples vulto,
Pois tomei do teu vinho mais azedo
Cada vez que tornaste-me insepulto
E alardaste os meus sonhos já tão cedo.
Cada vez que eu pedi teu bom conselho,
Preparaste-me o fel, o ardil vermelho
E feriste minh\'alma novamente.
Todo dia os amigos meus se somem;
Ah! Maldito o poltrão que vê no homem
Um correto e bondoso confidente!