Tento livrar-me desesperadamente
Todavia minh\'alma recusa-se a esquecer
As máculas que desbravam
E intercalam meu ser.
Tendo como principal incumbência
Desvendo-me enquanto sinto
No âmago extrema carência
Que me ataca e desarma no íntimo.
Pergunto-me se outras almas
São dessa forma sutil torturadas
Revelando o que eu nunca tive
Desejando o que suplica a alma.
Dor incessante a que me atinge
Entrelaçada ás gotas que caem dos batentes das portas
A melancolia se dispõe a escrever minha prosa
E com um vago borrão...
Permito-me voar.
Anjo sem asas
A cair, cair, cair
A tortura me sufoca a alma
A melancolia me outorga partir.