ANÁLISE:
MÁTRIA PÁTRIA
Chico Lino
Às vêzes mergulhamos fundo
E o que buscamos
Encontra-se na flor d\'água
Sou a porta
A estaiada ponte
Donde os desencantados
Vêm se atirar
Sou a porta
De entrada
E da saida
Passam por mim
As mesmas lágrimas
Que evaporam, chovem
E parecem outras
Depois que enxuguei
As águas do Rio Doce
Que corriam em meus olhos
Compreendi meus pais
Guardo-os respeitoso
Num jarro pulsante
Meu coração
Após cremá-los num divã
Curvo meus pilares
A fortes correntezas
Vou aos registros akáshicos
Donde fluem um zinabre abissau
Sem significado
Sinto a lâmina de Guilhotin
Grosar meu pescoço
E ferir minha alma
Cofio minha barba rala
Mais quinhentos anos
Encontrarei as pontas do novelo
Terei alta
Conquistarei as chaves de casa?
Freud, o mundo
Somos todos
Raimundo