Estou farta das conveniências, que tão inconvenientemente me obrigam a sorrir, quando na verdade o que quero é me debulhar em lágrimas
Me consome esse medo de desagradar. Tem algo no meu cabelo? Será que vão reparar?
Cheguei à idade adulta com os sonhos esfarelados, caindo pelas bordas do coração, mergulhando no vácuo do subconsciente e ali adormecendo, desesperançados e de mal com a vida. Com a minha vida.
Me obrigo a conviver com isso. Com o que deveria ter sido e não fui. Com o mundo que perdi...ou ganhei
Olho as pessoas ao meu redor, imersas em suas tarefas, seu estresse e me pergunto se, por breves momentos, questionam sua existência (tanto quanto eu)
Ás vezes eu quase não aguento
O barulho que a minha cabeça faz
Tantas regras, imposições, passatempos em troca de mais regras, pequenas alegrias seguidas de mais formalidades, o mundo se baseia em fingimentos, desejos incubados, vontade latente de se libertar
Mas como me libertar, se nem sei ao certo o que me aprisiona?