Jessé Ojuara

A pele que hábito

 

Logo na concepção, há harmonia.
O corpo e espírito em comunhão.
Aí crescem ouvindo a mesma canção.
O tempo passa muda a sincronia
Então ouvem diferente melodia.
Logo começam a desafinar.
Corpo e mente, cada um em seu lugar.
A separação que não me redime
A pele que habito muito me oprime.
Meu espírito então quer se libertar.

Hoje não entendo essa separação.
O corpo caí, o espírito evolui.
Logo nossa energia então não flui.
Sei que essa é uma complexa questão.
Que reclama muito nossa atenção.
Para compreender, também mudar.
Confesso isso segue a me molestar.
Isso inclusive também me deprime
A pele que habito muito me oprime.
Meu espírito então quer se libertar.

Da imposição arcaica do débil corpo.
Que me dificulta de ser feliz .
Eu que tenho sede de um aprendiz.
E todo limite da vida extirpo.
Minha experiência me dá anticorpo.
Vou todo e qualquer problema enfrentar.
Preciso ver meu corpo acompanhar.
Que espírito e corpo então se aproxime.
A pele que habito muito me oprime.
Meu espírito então quer se libertar.

Minha liberdade é transcedente.
Nossa busca  não tem comparação.
Corpo e mente juntos, pura união.
Isso que me deixa pleno e contente.
O corpo não perecer mas que a mente.
Tudo segue junto a se  completar.
Vida em harmonia a se estabilizar.
E por muito mas, que lute e esgrime 
A pele que habito muito me oprime.
Meu espírito então quer se libertar.