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Ema Machado

CarĂȘncia...

 

 

Bastaria, dá-me um gesto de ternura!

Um aceno de mão, um sorriso sereno

Uma palavra doce e pura

Um olhar de candura, sem julgo ou punição...

Anseio por braços abertos, palavras de afeto

O espaço que me caiba, em teu peito como irmão

Anseio, como anseio!

Onde foram morar, os sentimentos doces

O ombro ofertado, muitas vezes molhado

Pela fadada desilusão...

Anseio o colo, seja meu solo... o silêncio sem arguição...

Os dedos andam em riste, ainda que sem razão

Olhos não olham nos olhos, há anseios de comparação

Oferto-te minha carência, minha reciprocidade

Que somente espera, como caridade

Um gesto, de amor humano...