Uma estrela, ao longe me espia
Vejo-a, absorta por minha solidão vazia
Abre furinhos na escuridão...
Não está, como eu sozinha
Vive cercada, pela lua e por milhares de irmãzinhas...
Fragmento o espaço, entre mim e ela, imensidão
Sou poeira, enquanto ela brinca, pisca em minha direção
Contemplo o ontem, quando, alegre olhava o céu
Nuvens desfilavam, pareciam figuras ao sol
Hoje sou eu a figura, na noite, a ser contemplada
Na janela, aqui estática, sem céu, sem chão...
Uma estrela-cadente, risca a escuridão
Meu olhar despenca, arremesso um suspiro
Os olhos ardem, se fecham
Morfeu se aproxima, chama...
Sonhar é bom...