Reconheço minha ignorância
Mas não me conformarei enquanto não puder ajudá-la!
Ajudar a quem?
A mim ou a minha ignorância, talvez...
Ajudá-la a olhar outros olhos
Verdadeiros reflexos de quem sou
Ajudá-la a enxergar outras faces
Herdeiros do mal e do bem, do não e do sim...
Ajudá-la a desterrar as máscaras
A soberba
A preguiça
A vaidade
Ah, como a ignorância é vaidosa!
Ela se esconde em si mesma
Esquadrinha e perfura minha atenção
Eu não vejo nada. Ela também é cega
O que me torna meio cega também
O que me faz gerada em amontoados
De certezas espúrias e sem nenhum sentido
A ignorância é uma anti-amiga
Não uma inimiga!
Ela me enlaça e diz que tenho sempre razão
Principalmente em não me permitir
A lucidez de enxergar
O que vive logo ali
Diante de olhos mais atentos...
Quanta dor, quanta gente, quanto alento!
A ignorância é a própria morte...
Você não vê? Está nos matando neste exato instante...
Este estranho momento...