Fiz, da poesia meu cântico
Das noites frias, meu manto
Dos silêncios, meu universo semântico
Entrego-me às horas
Como quem se esqueceu do tempo
Tragam-me, devoram-me e não lamento...
O mundo gira, giro em meu mundo
Sinto-me tão tonta, tudo passa em segundos
Vejo o dia, na boca da noite estrelada
Mastiga-o engole, mas não se sacia
Como vingança, a madrugada esquálida pari outro dia ...
Quisera ser engolida, e despertasse apenas
Quando terminasse essa rotina...
A vida é um carrossel, rio de mim toda manhã
Meus olhos se perdem nos sonhos
Giros, altos e baixos... Preciso seguir
Ninguém calça meus sapatos...