Vlad Paganini

ORFEU

ORFEU

 

Amei-te como a música do meu som interior

Amei-te como o vento que acaricia e volteia pelo jardim

Amei-te com esse ardor que possuo no corpo

 

Amei-te e Amo-te

Amor maior e mais comovido

Amo-te

Música, rio, mar, rumor, relva púbica do meu sexo

Esperança, fé, desespero e canção

Afável nuance, sorriso e pranto

Cadência verbal que me encanta

Poesias e versos sobre o papel

Fome de música que em meu corpo estanca  

 

Amo-te canção

Cordas e notas musicais que escrevo em minhas mãos 

Que escrevo do meu corpo pra fora

 

Fora de mim sou o mundo:

Sou dança, calor, frio, dor no peito

Mostro para o mundo o meu submundo

 

Amo-te manhã azul de frescor

Com minha boca lua

Com a minha cabeça só

Relato poesias em canções

Música!

Amores tantos em um único amor

O teu!

Peitoral aceso em pressão alta

Minha alma!

Muito mais poeta que eu mesmo!

 

Sou assim:

Amo-te como Orfeu amava

No teu ventre a gozar entre os dentes

Fêmea em teu corpo em tuas mãos

Na tua serpente

 

Sou mesmo assim:

Me completo e gozo com teu gozo

Entre laços e lençóis da tua língua nua

Feliz, ardente sol e lua

 

Amo-te assim:

Amor santo, fremente, indecente

Virgem, puro

Entrego meu corpo que desvirginaste casto

Roçando coxas molhadas

Nas tuas suadas e salgadas

Amo-te sim, assim:

Inteiro como uma grande ópera

Como se fosse no último momento do orgasmo

Te levando a intensos espasmos

 

Sou assim:

Sou som, canção de Orfeu

Sou o teu silêncio na tua língua furtiva

Células de notas musicais

Na tua cama, no teu quarto

No vento, na lua, no chão e na tua vida

Sou a tua paz em teu amontoado de gesso

Tua imagem marfim que nunca esqueço!

 

Beije-me como Orfeu beijava a poesia em lira

Beije os lábios do teu Poeta

Entrega-te a mim o teu silêncio

Com o teu coração em verso

O teu ventre em febre

E liberte tua coragem em todo meu Universo

Vlad Paganini