ORFEU
Amei-te como a música do meu som interior
Amei-te como o vento que acaricia e volteia pelo jardim
Amei-te com esse ardor que possuo no corpo
Amei-te e Amo-te
Amor maior e mais comovido
Amo-te
Música, rio, mar, rumor, relva púbica do meu sexo
Esperança, fé, desespero e canção
Afável nuance, sorriso e pranto
Cadência verbal que me encanta
Poesias e versos sobre o papel
Fome de música que em meu corpo estanca
Amo-te canção
Cordas e notas musicais que escrevo em minhas mãos
Que escrevo do meu corpo pra fora
Fora de mim sou o mundo:
Sou dança, calor, frio, dor no peito
Mostro para o mundo o meu submundo
Amo-te manhã azul de frescor
Com minha boca lua
Com a minha cabeça só
Relato poesias em canções
Música!
Amores tantos em um único amor
O teu!
Peitoral aceso em pressão alta
Minha alma!
Muito mais poeta que eu mesmo!
Sou assim:
Amo-te como Orfeu amava
No teu ventre a gozar entre os dentes
Fêmea em teu corpo em tuas mãos
Na tua serpente
Sou mesmo assim:
Me completo e gozo com teu gozo
Entre laços e lençóis da tua língua nua
Feliz, ardente sol e lua
Amo-te assim:
Amor santo, fremente, indecente
Virgem, puro
Entrego meu corpo que desvirginaste casto
Roçando coxas molhadas
Nas tuas suadas e salgadas
Amo-te sim, assim:
Inteiro como uma grande ópera
Como se fosse no último momento do orgasmo
Te levando a intensos espasmos
Sou assim:
Sou som, canção de Orfeu
Sou o teu silêncio na tua língua furtiva
Células de notas musicais
Na tua cama, no teu quarto
No vento, na lua, no chão e na tua vida
Sou a tua paz em teu amontoado de gesso
Tua imagem marfim que nunca esqueço!
Beije-me como Orfeu beijava a poesia em lira
Beije os lábios do teu Poeta
Entrega-te a mim o teu silêncio
Com o teu coração em verso
O teu ventre em febre
E liberte tua coragem em todo meu Universo
Vlad Paganini