Geovany Oliveira

Saideira

O que irei lhe contar não é brincadeira

Trata-se de uma história verdadeira

De quando vi aquela jovem subindo a ladeira

Com um quê de garota faceira

Tomei-me de coragem certeira

Ou quem sabe, mera doideira

E de uma forma nada costumeira

Rompi a barreira

Da vergonha trapaceira

Puxei assunto de alguma maneira

E a percebi um tanto cabreira

Convidei-a para um passeio na cachoeira

A moça tremeu inteira

Porém, aceitou de primeira

Chegamos ao riacho, sentamos à sua beira

Falamos bobeira

E ali, sob a sombra da palmeira

Mostrou-se uma menina muito arteira

Deu-me tamanha canseira

Parecíamos estar sem eira nem beira

Mirando o crepitar da fogueira

Foi quando cometi a maior besteira:

Perguntei-lhe se era solteira

Fugiu-me do olhar. Desgraceira!

Dei-me conta de sentir descabida ciumeira

Foi esta a barreira

Que se deu por derradeira

Nossa tarde festeira

Então, veio a despedida fuleira

Carrego a culpa de minha asneira

Sem nunca saber se era queira ou não queira