Em rápido relance de um olhar furtivo,
transparece a existência de algo oculto,
quem mais terá percebido este deslize?
O prazer de estar escondido ajoelha-se diante do
medo de ser descoberto,
A incerteza de ainda ser um segredo causa ansiedade
e depois medo de ter o pecado revelado.
No instante seguinte vê-se sufocado por olhos
que ciscam atrás de pistas de seu erro.
Será apenas imaginação? ou esses olhares
são da turba em inquisição procurando culpa e
esperando uma confissão.
O silêncio dos observadores grita em seus ouvidos,
Será melhor fugir ou ficar?
Entregar-se, confessar o erro ou delatar um inocente?
E se ainda não descobriram o crime?
São muitas perguntas que correm por sua mente
ao mesmo instante que sente uma o suor descer à fronte,
é a gota da denúncia.
O coração dispara a face ruboriza,
são suas defesas entregando-o ao inimigo.
Que nada, não fora descoberto,
por um momento um suspiro de alívio se precipita.
Ainda é inocente, e o segredo parece mantido,
é a salvação que lhe espera, de saída impune.
Até que de repente!
Um grito infantil rompe o silêncio da sala denunciando o crime:
_ Mãnhêêê! Quem enfiou o dedo no bolo dos noivos?!