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O SEGREDO

 

O SEGREDO

 

Em rápido relance de um olhar furtivo,

transparece a existência de algo oculto,

quem mais terá percebido este deslize?

 

O prazer de estar escondido ajoelha-se diante do 

medo de ser descoberto,

A incerteza de ainda ser um segredo causa ansiedade

e depois medo de ter o pecado revelado.

 

No instante seguinte vê-se sufocado por olhos

que ciscam atrás de pistas de seu erro.

Será apenas imaginação? ou esses olhares 

são da turba em inquisição procurando culpa e

esperando uma confissão.

 

O silêncio dos observadores grita em seus ouvidos,

Será melhor fugir ou ficar?

Entregar-se, confessar o erro ou delatar um inocente?

E se ainda não descobriram o crime?

São muitas perguntas que correm por sua mente

ao mesmo instante que sente uma o suor descer à fronte,

é a gota da denúncia.

O coração dispara a face ruboriza,

são suas defesas entregando-o ao inimigo.

 

Que nada, não fora descoberto,

por um momento um suspiro de alívio se precipita.

Ainda é inocente, e o segredo parece mantido,

é a salvação que lhe espera, de saída impune.

 

Até que de repente!

 

Um grito infantil rompe o silêncio da sala denunciando o crime:

 

_ Mãnhêêê! Quem enfiou o dedo no bolo dos noivos?!