Onde eu ficará horas a brincar
Sem me preocupar com as contas
Ali pude sentir felicidade
Não tinha lugar para maldade
Só da alegria de subir e ficar sobre os galhos das árvores
Brincar de balanço, correr a rua, brincando de esconde, esconde, jogar bola, baleado, boneca de vez em quando
Aprender a pedalar de bicicleta
Lembro que era de cor rosa clara e média...
E que não era minha
Era de uma amiga de infância
Que compartilhava duas voltas de cada com as coleginhas
Sentadas de baixo do pé de jambó
Que coloria o chão de rosa
Era assim que elas enxergavam a vida
Sorriam e gargalhavam contando histórias inusitadas, fantasiavam coisas
Mais viviam da realidade que lhes cabia
Gostavam do contato com os mais velhos
E quase sempre iam na casa de dona Joana e dona Erminia
A primeira senhora era filha da centenária d. Domingas Paulina bisavó das primas Nina e Amina, ela era cumplice das traquinagens que faziam
Ali as garotas e o único menino da turma ficavam horas a prozear
Já d. Erminia tinha uma casa muito bonita, de formato antigo
Lembro de cada detalhe desde da entrada com um jardim lindo, cheio de flores de várias espécies
Do lado de dentro da casa inúmeros móveis antigos, que elas já gostavam de apreciar.
A senhorinha morava sozinha, com alguns gatos faziam companhia
Ela era muito gentil sempre preocupada em nos acolher bem
Ia para cozinha preparar um arroz doce com as sobras que restará do almoço, e dava com satisfação também alguns biscoitos...
As vezes não saia muito bom
Mas para retribuir o imenso carinho, diziam que estava gostosinho...
Hoje como eu queria comer um doce feito com tanto afeto
Ai que saudade de ser criança.
Autora: Gisele Cunha