Enquanto o tempo rapidamente passa
não olvides que és apenas passageiro
Toma assento, tira os olhos da janela
tudo passa simplesmente bem ligeiro
Toma tento ao que é e está aqui agora
Toma assento e sinta apenas o vento
da tua consciência que passa por aqui
Um pássaro em voo pelo mundo afora
Enquanto o tempo inclemente só acelera
Ignora tudo mais, para, pensa e pondera
Não apenas ore, a reclamar e desesperar
A mirar pela janela o mundo inteiro parar
Esforça em olhar pra dentro de ti, de vera
Podes agora mais do que outrora pudera
Enquanto o tempo corrói o minuto e a hora
Fecha a janela da mente, isola o barulho
da afronta hostil que grita alto teu orgulho
a intimidar a flor que do coração não aflora
Acorda a semente que ainda parece dormir
O pássaro tem que bicar a amora e seguir
Enquanto o tempo veloz te descompassa
saibas que tudo é efêmero e sempre passa
feérica ou amarga que a vida possa ´inda ser
alija-te da amargura e da busca do ser e ter
cessa de parir tantas personas divergentes
tais fractais teus que nunca hão de convergir
como pássaro busca o fruto que amadureceu
despe-se de tudo e busca estar face a face
com teu próprio Eu