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Hébron

Todo o semblante do seu ser

 

Escrevo neste papel seus olhos 
E em versos tenho seu olhar
Em ondas de soltas palavras tenho o mar
O mar do pranto dos meus olhos 

 

Minha carência não se desfaz na escrita
Na criatividade tento me compor em composição 
Mas na realidade escapo-me em versos de solidão 
Minha fuga se escreve na minha escrita

 

A vida é muito além de um jogo de palavras 
Em cada manhã é página para nova lida 
E ao fim do dia, prudentemente  se avalia
Se a noite será de culpa ditada em palavras

 

Neste papel sua boca escrevo
E em poesia toco-lhe os lábios 
E em rima seus sorrisos vários 
E beijo-lhe nas letras que escrevo

 

Meu acalento é seu belo sorriso
Que ornamenta esses meus versos
Nesta inspiração em que me imerso
Declamo em brados seu sorriso

 

Ouço seu sussurro em meus sonhos
Sorri dizendo que é a estrada do meu destino
Da sua boca o beijo do chamado ao caminho
Da paixão, do carinho... Eram sonhos

 

Em palavras descrevo o seu respirar 
Um poema em quadras de seu suspiro
Em anotações o seu ânimo que aspiro
Nessas linhas seu fôlego, meu respirar

 

Tantos erros, nessa estrada tantos acertos 
Sua silhueta em estribilhos desenhados 
Fica inserindo meus devaneios versados
Escritos em versos sem sentido ou acertos 

 

Seu expirar é o advento sopro de brisa
Sua inspiração detalha o meu poema 
Sufoca-me em ares, velho meu dilema 
Em linhas de versos o alívio é sua brisa

 

Escrevo neste papel seus olhos
Neste papel sua boca escrevo
Das suas ventas o vento nobre
Do nobre vento, meus devaneios
De um respirar de poesia
No meu olhar a fantasia 
Dos versos de toda ilusão 
Do seu sorriso o bordão 
De toda graça que me invade
Inspira e encanta, faz-me vate
Engana e ilude a solidão 
Em todo o semblante do seu ser