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Paulo Roberto Varuzza

Dois amores e as flores

As cinzas das flores queimadas

Pelo calor calcinante de um adeus

Penetrante até o coração,

Cobriram um amor e abafaram o ruído

De seu gemido de dor;

Enquanto se afogava nas cinzas

Mas as flores queimadas

Também serviram como adubo

Num solo estéril aquecido pelo calor

Aconchegante de um novo amor,

Que trouxe consigo, além de ternura,

Uma semente de rosas de cor vermelha

E a plantou naquele solo,

Escavando a terra dura com suas unhas

E recobrindo a semente com terra

E regando-a com água

Que mais se assemelha

A lágrimas de seu choro de alegria

Por ser amado

E esta semente, num belo dia, virou uma roseira,

Cujas rosas vermelhas decoram o quarto dela,

Fazendo sombra na sua janela,

Então ela pode ver a roseira florida,

Abrigada do sol,

Tudo em prol de uma harmonia

Entre dois amores

Envolvidos pelo perfume de muitas flores,

Todas rosas de cor vermelho sangue,

Que, molhadas pelo orvalho, são espelho

Refletindo a imagem de dois corações

Que dão morada para dois amores

Que se amam.