As cinzas das flores queimadas
Pelo calor calcinante de um adeus
Penetrante até o coração,
Cobriram um amor e abafaram o ruído
De seu gemido de dor;
Enquanto se afogava nas cinzas
Mas as flores queimadas
Também serviram como adubo
Num solo estéril aquecido pelo calor
Aconchegante de um novo amor,
Que trouxe consigo, além de ternura,
Uma semente de rosas de cor vermelha
E a plantou naquele solo,
Escavando a terra dura com suas unhas
E recobrindo a semente com terra
E regando-a com água
Que mais se assemelha
A lágrimas de seu choro de alegria
Por ser amado
E esta semente, num belo dia, virou uma roseira,
Cujas rosas vermelhas decoram o quarto dela,
Fazendo sombra na sua janela,
Então ela pode ver a roseira florida,
Abrigada do sol,
Tudo em prol de uma harmonia
Entre dois amores
Envolvidos pelo perfume de muitas flores,
Todas rosas de cor vermelho sangue,
Que, molhadas pelo orvalho, são espelho
Refletindo a imagem de dois corações
Que dão morada para dois amores
Que se amam.