Roberio Motta

Luar de Anelo

Se eu pudesse comprar

Só uma lua

Ah , Ar ! compraria eu

Como tu não é só minha

Eterna e faiscante lua

 

Fico a te enamorar

Calado sem você

Cansado ao te ver

E distante suspiro

Brilha tu , oh diamante!

 

Penumbra eu afastado

Tenro céu seu exuberante

Afagas nuvens distantes

Véu e grinalda como d’antes!

 

Fica branca linda

Redonda esfera branca

Irradia o doce da volta

Seu estrelares deslizados

 

Sopre sua alma calma

Ilumine o que se foi

Deságue o desatino

Eterna lua sem destino.

 

E eu que fui criado desatado

Feito pedra de atiradeira

Feito rio de eterna beira

Feito canção de ninar

 

Fui sim criado desregrado

No verso desenhado

Feito carrinho de rolimã

Da carrapeta assanhada

 

Das descidas de tobogã

Dos banhos sem piscina

Da bicicleta insubmissa

Do vento e da brisa

 

E da noite esquecida

Inda juntando figurinhas

Do álbum incompleto

Da carrapeta sofrida

 

Pelo cordão da vida

Do triângulo de bilas

Bolas de gudes para alguns

Para mim tento doce feito febre sã.

 

Motta, R

Vinte e 9 de maio de 20 e 1.

Juazeiro do Norte, Estado de Graça do CARIRI.