A vida vale!
Vale o que?
Onde está escrito?
No dedo que puxa o gatilho?
Na mensagem ilídima postada na mídia?
No ventre tépido que sufoca o indesejável?
A vida vale!
Vale quanto?
Como está contabilizada?
Na verba d\'um orçamento negociado com deszelo?
Na vacina sem líquido injetada?
No desprezo ao indigente, pedinte, morador de rua?
A vida vale!
Vale como?
Onde se pode contemplar?
Quando se embrenha e se apinha na favela?
Quando se esviscera o respeito ao direito humano?
Quando se desmonta a verdade pelo cenoso cominar?
A vida vale!
Vale a quem?
A quem se pode auscultar?
Ao disseminador de frases enodoadas?
A um público estulto de atuações impenitentes?
Aos bedéis fabricantes de decisões execráveis?
A vida vale!
Vale?
Não te custa acreditar?