com os olhos semicerrados
tento compreender,
olho o telefone,
está gritando,
são seis horas e não quer calar.
cortou meu sonho,
tenho medo de atender.
não é normal,
nem esperado,
continua a tocar.
é você chamando,
é frio lá fora,
na penumbra do quarto
o vidro embaçado
parece suar.
sua voz soluçando,
demoro a entender,
agora eu sei,
perdi meu sonho,
você não voltará.
e pela janela que chora,
vejo o sol nascer.