Vlad Paganini

CANTO CIGANO

CANTO CIGANO

 

Que magia há nesse canto cigano que sussurram em meus ouvidos?

Nesse olhar que diante do espelho me desnuda a alma?

E que me rasga o peito!

Que me decifra por vezes indecifrável

Inabalável

Onde nada em mim se esconde

Sinto-me nu!

 

Que magia é essa que recebo de arcanos compartilhados?

E que transbordo ao som de uma linda dança

Tudo que há em mim guardado

Que recebo num canto o bailar da poesia

 

Esse cigano que inunda em encantadoras partituras 

De um passado que por mim se fazia esquecido

Que presentes diários são esses que recebo?

No olhar desse cigano que me aponta em veredictos

Paisagens de uma bela estrada que sigo!

 

Nada em mim se esconde

Me revelo, me entrego

Erro e acerto

Piso na lama

Que em mim esparrama em brasa

Em chamas de fogo, fogueira acesa

Esculturas, canções e poesias

A cavalgar e brotar em estrelas no céu

Rios, mares e afins

Véus e o meu marfim

 

Que mistérios são esses

Nesse olhar que de luz brota de dentro pra fora

Me desnuda a alma

A treinar e a contornar em meu corpo

Novas formas

 

Que cigano é esse que carrego comigo?

Que alimenta o meu umbigo

Que canta em meus ouvidos

Que me completa e me realiza

Em oportunidades de entregar ao mundo

Tudo que carrego e sinto dentro de mim

Em versos e poesia!

Transformando em contos e cantos

E todo esse gozo na mais verdadeira fantasia!

Vlad Paganini