Carlos Lucena

O NOBRE E O COBRE

O NOBRE E O COBRE

Brigam os nobres
Diante da sordidez de seus cobres.
Às vezes parecem perdidos
A se fazerem  queridos.
E por seus desejos enlouquecidos
Mentem
Enlouquecem
E se aquecem
Nas lonas de suas lutas.
Suas lutas 
Não são corporais
Seus desejos não são carnais.
São mentais
Mas são letais.
Suas concubinas
São as meninas
Dos olhos infratores
Que são de si mesmo os senhores .
Na paz estendem a espada
E na guerra oferecem flores .
Tem no ofício
O vício
O artifício
Do ódio
Que não é nenhum sacrifício.
E do alto do pódio
Com a imponência dos nobres
E com a força dos seus cobres
Desconhecendo as dores
Também desconhecem os amores!