INDIZÍVEL
Nem sei bem o que dizer
Falar um pouco do que vi
E do que sou
Não seria a certeza
De que valeu a pena ser.
Desnudar a alma
Tirar as meias
Pra entrar com calma
No quarto escuro das procuras
E ver o sentido dessas vis loucuras
Que a vida impõe
Com tantas frescuras.
E assim se vão até às ternuras
Vividas
Perdidas
Sentidas
Na eterna busca de querer
E na longa estrada
Percorrida pelo meu ser.
Percorrida tantas vezes
Em sol ardente
Ou em frio orvalho
E de repente
É sol que nasce
É sol morrente
E passamos a vida toda
Sem saber o que dizer
E o que se sente.