Ema Machado

Seguindo a trama...

 

Divido, tempo, morada e silêncio

Moro em um corpo cansado e inquieto

Repleto de silêncios gritantes

Não há tempo, queima em dúvidas incessantes

Não tenho tempo, somo idades

Cansa, viver tão inconstante

Não há como, fugir de mim...

Divido-me entre infância e realidade decadente

Ouço a agonia, de não poder ser o que queria

Ouço o olhar que vê, o que não devia

Cobra-me astúcia e sanidade...

Entre tantas cobranças e padrões atávicos

Ouço, a pretensa felicidade que chama

Sem eu poder ir, sem ferir a moral

Tecer sem poder sair da trama...

Ontem, não fui criança, adulto precoce

Hoje, não me vejo anciã

Transito pelo tempo, que chegue de causa normal

A hora de partir... Que seja! Sem sentir...

Ema Machado