//meuladopoetico.com/

Paulo Roberto Varuzza

Laços da amargura

Um copo amargo de solidão,

Servido pelo seu coração,

Para aplacar o meu amor por você,

Exigente, guloso e ansioso,

Mas só via as cinzas,

Que se tornou o seu sorriso,

Depois que um dia

Em que ele partia para longe,

Aonde o tempo não chegava a tempo

De contar os dias e as horas,

Que uma paixão abrasadora

Ficou sem sentir o calor

Do amor e sem vislumbrar a esperança

De um sorriso que se apagou;

Mas o amargor de uma falta de um abraço

Contaminou os lábios

Ansiosos para beijar outros lábios,

Que agora não sorriem

E que, cobertos pelas cinzas,

Murmuram um réquiem para um amor

Apagado pelas suas mãos

Nos vãos não encobertos pela misericórdia,

Que não existe num coração

Que serve, sorrindo, o amargor que enruga

E resseca os braços

Que tinham a ilusão

De te dar um abraço terno,

Mas os laços da amargura,

Que o amargor carrega na cintura,

Além de amarrarem os meus braços

E aplacar o meu amor,

Amarrando-o na distância

De onde nascem os seus gritos,

Agora abafados e nunca antes ouvidos,

Abriram o caminho para você

Ir embora.