Ednei Pereira Rodrigues

Inspiração asséptica

Fragmentos de Mim

 

  No banheiro, onde o vapor é denso

  Redijo uma poesia efêmera no espelho

  Ah, maldito espelho

  Pensa que minha boca é fojo

  E que os dentes são estalagmites

  Não serve como estalagem

  O arnês da arnela 

Não senti nojo

  Da saburra sob o dartro

  Não serve como pojo

  Porque me analisa com tanta veemência? 

Tudo isso é vontade de ser psiquiatra?

  Um dia crio coragem e te estruncho com o carpo

  Não vou recolher os cacos

  Alguém pode querer fazer um mosaico 

Remorso do torso

  A frenectomia

  Confesso a Katoptronofilia

  A acufagia

  A pia queria um pouco de utopia 

Cansou de tanto escarro

  O acrílico era idílico

  Será que com todo esse flúor indo para o esgoto

  Os ratos vão ficar mais fortes?