O que sou eu? Perante a mediocridade humana até posso me sobressair. Agora perante a grandeza do universo? Sou apenas poeira estelar, um pequeno ponto recém-nascido, em um planeta que está engatinhando, dentro de uma galáxia que sequer aprendeu a falar.
Vivemos numa busca incessante para descobrir os maiores mistérios da existência: Qual a origem de tudo? Existe um Deus? Existe vida fora da Terra? Tentamos prever o futuro, tentamos entender o passado, e com essas tentativas ignorantes de correr atrás de algo que não está nos nossos controles, deixamos nosso presente nas mãos dos caos. O ápice da estupidez humana é crer que em algum momento iremos conseguir achar a resposta de tudo. Em toda uma vida mal conseguimos entender sobre nossas próprias criações de no máximo dez mil anos, imagine sobre todo o universo, que já existe a bilhões de anos. Nesse meio caminho vidas inteiras são perdidas, e sim, temos sempre um pequeno avanço de século em século, mas esse avanço é tão irrelevante que a humanidade será extinta antes que saibamos 10% sobre tudo.
Por que esse desejo tão forte em encontrar outras formas de vida? Tudo isso é medo ou vergonha de enfrentar nossas próprias mentes?
Vocês acham que realmente estamos prontos para aprendermos sobre os segredos da existência?
Para que continuar com essa presunção que não vai nos levar a lugar nenhum?
Por que não nos preparamos mentalmente, culturalmente e socialmente antes de sequer cogitar viagens interplanetárias? Não conseguir sequer ser civilizados em nossa própria casa, temos abundância em recursos e mal conseguimos gerir entre nós mesmos, a fome existe, morremos por causas extremamente evitáveis, fechamos olhos, bocas e ouvidos em meio a tanta desigualdade, e normalizamos a indiferença. Me digam sincera e honestamente. Qual civilização evoluída minimamente para saber que harmonia é necessária para viver em conjunto irá entrar em contato conosco? Os primatas do universo, a maçã podre.
Ainda há tempo, podemos chegar em um consenso. Provavelmente será necessário alguns milhares de anos para consertar todas as besteiras que fizemos, certas coisas nem irão ser possíveis de se recuperar. Esses milhares de anos serão apenas poucos números em uma escala universal. É difícil, mas possível, basta assumir os erros e entender que não somos nada perante o universo. No entanto, se passarmos a olhar para nós mesmos, veremos que cada um de nós é um universo por si só.