E quando aqui sonhando se lembrares,
Do tempo que se fora com carinho.
A fragrância hás de vires pelos ares,
Da rosa que se abriste em teu caminho.
E quando, a soluçares, tão sozinho,
Sentires a alma, triste, padeceres,
Serás pra ti, meu peito, como um ninho
Que em silêncio vais adormeceres.
Ao clarão de antigas reminiscências,
O negror sombrio dessas dolências,
Deixaste nessas ruas, tão queridas...
Na solitude fria dessas portas,
Eternamente como freiras mortas,
No peito para sempre adormecidas.
Thiago Rodrigues