Nesse cômodo escuro
Contra a parede me escoro
Enquanto insistes em me prender
Já consigo apreender
Tua mão minha coxa demarcando
A outra, minha nuca destacando
Tal calor de tuas mãos
Fazendo-me ansiar por mais
Tua mão pelo meu corpo caminha
Eu mal sei o que fazer com a minha
Tamanho o tesão
Então, para aliviar a tensão
Foco no aroma de teu hálito
Notar-te em minúcias tornou-se hábito
Vislumbrar os detalhes teus
Profanando-me pensamentos ateus
Enquanto sinto e deixo a mente divagar
Afastas-me devagar
O ósculo, o olhar, a carícia
Não supre minha recém carência
Mesmo não estando a fim
Parece que chegamos ao fim
Dera-me munir-me de ensejo
E enfim, sanar nosso desejo