Não é a gênese planar,é a morte
Ela se mexe e contorce os músculos e ossos
Dói demais,mas não ouço um grito desse ócio
De tanto sofrer,de tanto morrer,só um forte
Para sobreviver até o último sequestro de ar
Rasgam sua existência em dois pedaços
E,nesse vertical do inferno malfadado
O autor é o meu maior carrasco
E o que me define como ser neste espaço
E,como demônio encharcado pelas lágrimas do pecado
Expulso meu ente do corpo do único amor
Torno-me enxofre e deito no berço putrefado
Não sou homem,sou filho do horror
E a placenta que me veste o mundo
Possui sangue,vísceras e degradação
Rio de enfermidades,hemácias do meu antigo coração
Coberto do sol que não quero muito
Sou salvo pela morte,que me nega o ato
Neste milagre invertido,sobrevivo
Vivo por 1 segundo,e volto ao ínicio
Que minha natureza já é por si só necessariamente um mal
Dou os primeiros passos,e o que vale é o nascimento
Ergo meu braço,ergo minha função
Sou carne e ferro,talhado na condenação
Firmo o ódio como princípio moral no firmamento
Pois à espreita,os olhos que me fitam
Também querem as vísceras que me habitam.