Poesia que não se anseia...
O olhar busca, passeia
Onde encontrar, a poesia perfeita?
Há aroma de saudade, anseios de liberdade
A poesia vagueia, sem encontrar espaço
Olho em volta, nada de novo, o olhar tateia...
Ares lúgubres, o meço em metros cúbicos
Em passos miúdos, a vida vagueia
As janelas chamam, a porta reclama
Cresço nesse espaço, paredes parecem falar
O vento reforça o frio, do vazio aqui de dentro
Tudo ganha aspecto de museu, até o olhar
Cerceado, nos entornos busca consolo e algum alento
Sinto-me como poesia que ninguém escreveu
Sou a própria elegia, o momento era para ser vírgula
Torna-se reticências, de um soluço nulo...
O pensamento encontra, um poema que não anseia...
Ema Machado.