Ausências
Ausência é presença do que se foi
De pessoas ou atos...
Do abraço... de momentos
É o sentir no pensamento
Não é espírito nem matéria
Pode ser eterna...
Ou etérea, na alma de cada um
Ausência é a lembrança
De nós, noutro tempo ou espaço
É o abraço no vento
No coração, esperança
E uma querença sem se medir
É estar na gente, sem a gente pedir
Ausência não é falta de presença
Antes é o excesso
De sombra de outra gente, na gente...
(Edla Marinho)
Ausências são o oposto de presenças
Escassez, pouquidade, falta, insuficiência
Ausências traduzem carências
E podem remeter a abstinência
Saudades são nostalgia das ausências
As duas, ausência e saudade se completam
Mas são tão doídas as duas
Feridas abertas em peles nuas
Pois que ausência não remete a coisa boa
Exceto em casos especiais
Saudade também
Dela, só algumas lembranças são boas
Dor ausente é boa
Cuidado ausente não é bom
No sentido reticente sei o que posso
E o que não posso ter ausente em mim...
(Lucita)
Ausência de vento, calor
Presença de ódio, escassez de amor
Lembranças causam um vazio
Trago no peito um coração baldio.
Vejo tios na varanda, e já bate uma tristeza
Uma vontade de chorar
Eu que sempre fui ausente
Moço gaio, insolente,
cheio de milongas pra contar
Mas a saudade inclemente
Resolveu me afrontar.
Eu que ignorava sua presença
Não brinco mais de gostar,
Minhas mágoas, água densa
Aprendi as duras penas
Conviver com esta falta
sigo soletrando sua au-sen-cia
Enquanto a solidão me exalta
(Shimul)
Sentimento de ausência
Um vazio, uma carência
Um ‘sinto muito’, saudade
Saudade de quem se vai
Pequena dor, dimensão do afeto
Um querer sem distância, estar perto
Pequena dor, extensão do afeto
Uma angústia, sensação que ressai
A esperança pulsando, eternidade
Espera que persevera, plangência
Ilusão de quem ama, ausência
(Hébron)
Ausência, do que a metamorfose meteórica está realizando
Daqui já vejo outro momento atravessando
Coroando as cãs e no cérebro
Que vai processando
A ausência não de abandono
Tentando se adequar a novos jogos.
É a nova juventude apostando...
Agora mais do que nunca compactando com as inovações!
Tecnologias, que despertam o nosso
Sono enquanto sonhávamos
Dispensaram o galo , do seu estridente bom dia matinal
A maioria juvenil prefere a cidade
Trocaram o verde pelo cinza.
As melodias, enlatadas
Tem gosto fast food melodiano
Músicos pensantes que reverberaram as marcas de 60,70,80
E que vivemos plenamente
Lucidamente
Alegremente
Dançantemente
Faz parte da lista de ausências que me dói.
Eternamente.
(Corassis)
Quando olho para trás...
Sinto saudade, sinto você ausente
Passos, dias, meses e anos!
Não te vejo presente
Sinto sua falta nos meus planos
Em pensamentos desvarios
Na mente viajo em devaneios!
Lembro-me do seu rosto...
Sempre contínuos e contente
Daria tudo...
Rever seu sorriso novamente
Cada dia se manifesta
Tanta saudade, é tudo que me resta
Há! Meu coração,
Saudade, aguenta essa aflição!
Ausências...
Transformou em versos, poesias
Nas madrugadas vazias
Vem as saudades de outrora
No amanhecer beijava a flora.
Mostra-me outra parte...
Desse infinito que me arde
Devaneios de outrora felicidade
Tinha gosto especial
Aurora será sempre imortal!
(Ernane)
Ausência do teu olhar
Tao doce quando me fitava!
Ah! Teu olhar era um abraço de acarinhar.
Somente emoção provocava
Nele, eu me sentia acolhida
Como lamento tanto tempo perdido!
Meu temperamento arredio
Nosso orgulho nos afastava.
Nem faz sentido!
Contraditoriamente, nossas diferenças nos atavam
Eu fugia, partia como a te punir
Mas, a tua ausência era meu maior tormento!
Para me fazer presente em ti
eu me punia, no exílio vivendo
Batia as asas liberta mas, sempre continuava de teu amor escrava . Fostes antes de mim para o além.
Eu, sem ti, continuo ninguém .
Minha consolação é sonhar
Sonho agora com minha partida.
E encontrar tua essência, com ela me acoplar
Aglutinação estelar de duas ausências .
Os dois, no universo sendo luz, brilhar e viver nossa querência
Esquecer as ausências .
(Maria Dorta)
AUSÊNCIA
Foi então quando pude curiosamente compreender
O pigmento que simboliza a paz não é cor, é ausência total de cor
No panteão, junto a lápide, as datas de chegada e partida confirma
A ausência daquele que nos deixou com muita saudade e dor
Onde mais caberia a ausência neutralizando aparências, sendo importante ou fazendo falta sentir?
Pode ela causar benefícios ao tempo e alegrias em nossas vidas
E até mesmo causar transtornos e prejuízos onde ela existir
A ausência dos ventos não traria de volta do mar o pescador
Agradável seria viver nesse mundo com a ausência da ignorância
Mas muito triste e sofrido seria passar pela vida com a ausência do amor.
(Claudio Reis)
E o Tempo se foi, a ausência permanece
Talvez fossem as escolhas mal feitas
Que me deram as ausências mais sentidas
Os sorrisos distantes, a falta do brilho em meu olhar
O meu sorriso silencioso
Tu és a ausência mais sentida
Mas presença constante dentro e não fora
Meu coração sempre cheio de sonhos
Sonhos de infância, de juventude
Que clama dentro de mim
Mas a ausência mais sentida é a sua
E quão ingênua sempre fui
Por pensar que a ausência jamais sentiria
Que eu poderia ser presença em dobro
Hoje meus passos e meus sonhos são lentos
Já nem desejo pensar nas ausências
Que dilaceraram minha existência
Mas, não consigo, pois a ausência
Está dentro da presença que habita em mim.
Ausência Tu és presença sentida que dói...
(NeivaDirceu) (ND)
Ausência...
No presente, talvez, seja um sentir vago
O que não nos remete, a inexistência de algo
Falta-lhe algo que tivestes, ou algum ente
Pense...
Se me faltas, sinto-me vago
Em mim falta, o algo...
Se nada sentisse, o sentir, seria inexistente
Porém, não é de tudo vazio, há a ausência
Se me falta sentido, há um vazio
Vazio, carência de algo...
(Ema Machado)