Árvores se despem, predomina o amarelo, ferrugem
Brevemente, a espessa roupagem nutrirá o solo
Pensamentos nostálgicos retornam do além
O outono... em vestes amarelo alaranjado, ou avermelhado
Como meus olhos cansados, do ocaso são reféns...
Sempre assim, nos outonos, sua lembrança invade
Prende-me, perco horas a olhar o pôr do sol no horizonte
Éramos dois, adorávamos apreciar os fins de tarde
E hoje percebo, sou só como o sol, que agora se esconde
Sonho acordada, sei que estou no meio da estrada
Em breve, serei nua como as árvores, despida de você
Depois do outono, o inverno e o vazio castigam
Porém, a primavera vem, novo amor me fará esquecer...
Ema Machado.