Thiago R

Solitária

Nas brumas langorosas repousavas,

Teu semblante de etérea palidez. 

Ó lua que a noite abrilhantavas,

Solitária em profunda soturnez. 

 

Tinhas na face a casta lividez

Dos lírios e das rosas já fanadas;

O silêncio e também a morbidez 

Das ermas e sombrias madrugadas. 

 

Ai, quando vi-te branca, passageira,

Numa noite entre brumas derradeiras,

Que feriste-me o semblante de agruras... 

 

E entre a sombra funerária e tremente,

Partiste, solitária, novamente,

Vagando sobre as pétreas sepulturas. 

 

Thiago Rodrigues