Olhai os lírios... Afaga-me a ternura...
Poder alcançar teu sentir, numa simbiose mágica
Teu olhar é água que sacia a alma sedenta. Traz-me calma, vontade de viver.
Por que colher lírios, arrancando-lhes a pureza?
Morreriam em tristeza, para meu volátil prazer...
O vento acaricia- lhes as folhas, a água os sacia.
Há em mim anseios, ser adubo que fertiliza o solo onde possam crescer...
Pergunto-me coisas as quais não compreendo.
Se tudo que precisas tens, para que querer mais?
O desejo fútil é insaciável, faminto e voraz...
Caminho por semblantes nas ruas, sinto a impaciência no ar.
Ainda que, nem tudo seja o que se deseja, viver, já é o bastante para amar...
Carros passam desenfreados, pessoas transitam sem parar.
Não há um sorriso, a vida passa, ninguém enxerga...
Olho os lírios, pendem neste espaço, empoeiram-se com o ar.
Respondam-me... O amanhã, como será?