Maximiliano Skol

O NÃO AMANHECER

Penso em dormir, antecipando a hora,

Num intenso desejo de uma ausência...

Ausência de esquecer-me ou ir-me embora

Sem ter muito alvoroço nem dolência.

 

E que não acontecesse alguma aurora,

Mas um amanhecer que se evapora:

Aurora que esvaece sem anuência 

De um novo sol nascente, em sequência.

 

E fico a meditar se essa mística,

Que  existe no pensar, seja um auguro

Que antes de mais nada, é futurística 

 

Pela ação de fugir com um aporte 

De um desejo, inconsciente e  prematuro,

De aconchegante embarque junto à morte.