Lágrimas choradas nasceram nos olhos,
Escorreram pela face,
Caíram no chão
E formaram um rio caudaloso,
Cheio de ouro e de corações solitários,
O ouro veio dos cabelos dela lavados pelas lágrimas,
Os corações, cansados de esperar pelo amor dela,
Tentaram nadar para longe dela,
Pularam a janela e mergulharam no rio,
Mas na corredeira, afogaram-se
E, as folhas ainda tenras da flor do amor,
Murcharam por não serem irrigadas
Pelas lágrimas choradas
Pelos olhos que só queriam vê-la
E que correram pela sarjeta e formaram o rio,
Que morria numa cachoeira sem fim
Em frente à casa dela,
Como esse rio era amargo e salgado,
Repleto de ouro e de corações,
Atraía garimpeiros e caçadores de paixões,
Mas os garimpeiros, não encontrando o ouro,
Só os cabelos dela,
Tinham razões para deixarem o rio
E os caçadores, com suas redes de caçar paixões,
Pularam no rio e se afogaram com as redes
Cheias de corações e de ilusões
De que ela viria a amá-los,
Como ela me não amou.