RESPOSTA AO ESPELHO
Nada precisa ser tão sério.
A seriedade absoluta
Faz sofrer
E tira um pouco do riso
Que ainda existe.
As curvas, a sinuosidade dos caminhos
As veredas e as folhas secas
Não devem esconder o lume da vida.
As palavras não precisam ser lei
Tão severa e tão drástica
E a poesia não carece tanto
Da seriedade dos sentimentos.
Tudo tem que ser leve
Ainda que o cosmo
Esteja numa caótica decadência
Como no ritmo de um poema
De Poesia dramática.
Sentimentos não requer gramática
Nem os versos do poema da vida
Precisam da dureza do espelho
Porque as rugas que ele reflete
Respondem que o caminho
Está sendo percorrido
E pintado de vermelho!