Carlos Lucena

RESPOSTA AO ESPELHO

RESPOSTA AO ESPELHO

Nada precisa ser tão sério.
A seriedade absoluta
Faz sofrer 
E tira um pouco do riso 
Que ainda existe.
As curvas, a sinuosidade dos caminhos
As veredas e as folhas secas 
Não devem esconder o lume da vida.
As palavras não precisam ser  lei 
Tão severa e tão drástica
E a poesia não carece tanto 
Da seriedade dos sentimentos.
Tudo tem que ser leve
Ainda que o cosmo
Esteja numa caótica decadência
Como no ritmo de um poema
De Poesia dramática.
Sentimentos não requer gramática
Nem os versos do poema da vida
Precisam da dureza do espelho
Porque as rugas que ele reflete
Respondem que o caminho 
Está sendo percorrido
E pintado de vermelho!