Nelson de Medeiros

REPENTINAMENTE

 

Quando vieste tu foste a alforria

De minha alma, escrava da descrença...

E então, coberto d!esperança imensa

Eu te acolhi quando do amor descria!

 

Só que junto veio o medo d!um dia

Ficar sem ti, não ter tua presença...

Vivia então sob uma angústia intensa:

Se partisses, pensava, eu sofreria!

 

Mas, foste embora no raiar d!aurora

Com a pressa duma estrela cadente,

Tão fugaz que quase nem pude ver-te!

 

Porém não se alterou a minha mente,

Porque tu levaste também embora,

Todo o medo que eu tinha de perder-te!

 

Nelson de Medeiros