Ausência de vento, calor,
Presença de ódio, escassez de amor,
Lembranças causam um vazio,
Trago no peito um coração baldio.
Vejo tios na varanda, e já bate uma tristeza,
Uma vontade de chorar,
Eu que sempre fui indiferente,
Moço gaio, insolente,
cheio de milongas pra contar
Mas a saudade inclemente,
Resolveu me afrontar.
Eu que ignorava sua presença,
Não brinco mais de gostar,
Minhas mágoas, água densa,
Aprendi as duras penas,
Conviver com esta falta,
sigo soletrando sua au-sen-cia,
Enquanto a solidão me exalta.