Esse trago amargo.
Com o qual me embriago.
Não tira a poeira de uma vida inteira.
Desse doce cântaro.
Sorvi todo o encanto.
Me fiz prisioneiro desde a vez primeira.
É o álcool esse demônio impoluto.
Que me persegue e me acompanha por toda parte.
E eu, espírito errante adulto.
Tomei esse demônio como uma obra de arte.
Desde cedo perdi todo o medo.
Achando o fugir da realidade.
Hoje vivo em alegre degredo.
Não sei se por minha ou por tua vontade.
Na aurora, na primeira hora.
Busco tua sombra, teu doce recato.
Na penumbra, tua presença abunda.
Desfruto meu sono, para sempre grato.
Não carrego em nenhum momento.
Arrependimento ou dúvida sequer.
Nos teus braços encontrei alento.
Sem nenhuma culpa, aflição qualquer.