Thiago R

Névoas Outonais

Em névoas passavas tão macilento,

Envolto pelas sombras langorosas;

O cântico das árias lacrimosas,

Perdendo-se pelo horto nevoento. 

 

E tinhas, o prantear, das dolorosas 

Notas solitárias do lamento...

A sinfonia negra das pulcras rosas 

Beijadas em silêncio pelo vento. 

 

A melodia de um sino derradeiro 

Se perdendo em meio ao nevoeiro,

Numa tarde assim deserta de outono...

 

E numa tarde como essa, ó querida,

Virá a morte talvez em minha vida,

Fechar-me os olhos para o eterno sono. 

 

Thiago Rodrigues