Diz o vento a dialogar
Com a brisa:
Eu não crio
Ilusões. As ilusões
Se criam
Como as águas
Do rio
Correm para o mar,
Obedecendo ao comando
De quem as impulsionam.
As ilusões as criamos
Quando temos esperança
De um sonho realizar.
Responde a brisa a sorrir:
Sim, amigo vento,
Também sigo as diretrizes
Do Criador,
E ilusões, dourados
Sonhos crio
De uma vida melhor,
Se Ele o permitir.
Mas uma reticência
No agro momento
Que vivemos ponho
Ao meu dourado sonho.
Nesse entremio, em vez
De sorrir,
Eu choro,
E aos céus imploro
Que nos socorra
Perante o dilúvio de agonia!...
Meu Deus!Meu Deus!
Não permitai
Que ainda tanta gente morra
Nesta pandemia!
Senhor, amenizai
Tanto padecer,
Pois não cai
Um fio de cabelo ,
Uma folha de uma
Árvore se não Permitis.
O vento triste, lágrimas
dolentes rolando pela face
Qual cachoeira de prantos,
Denotando a amargura
Que lhe invade a alma,
Expressa-se, o coração
Partido de tormento:
Não sei, amiga brisa.
Infelizmente não sei
Quando o mundo,
No\" pélego profundo\"
De tormenta,
A qual enfrenta,
E o Brasil, que carece
Ação firme e combatente,
Um comandante
Que ataque o problema
De frente,
Implemente atitudes
Audaciosas, inteligentes,
Firmes, eficientes
E eficazes,
Ficarão definitivamente
Livres deste padecer!...
A brisa, cujo intenso pranto
Lhe molha o rosto,
Com desgosto
Se pronuncia:
Amigo vento, também não sei!
Quem há de entender
Os desígnios de Deus ?
Quem poderá saber
Até quando iremos conviver
Com uma tragédia
Dessa proporção,
A nível mundial ,
Infindo sofrimento
Impingido à humanidade
Que se mostra impotente
Para resolver situação
Tão catastrófica
Ante à adversidade
De uma pandemia
Que constrange o mundo?
Sinceramente, não sei!...