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Libriana

Devaneio

Eu quero na maior parte do tempo desistir

O medo da derrota é maior que o da tentativa

O temor que a sorte seja apenas uma carta invertida

E que jamais terei ainda que por duas eu viva

Acreditar que o amanha seja meu inimigo

Viver sempre em cautela é desesperador ao ponto de perder o juízo.

Mas você sente, uma, duas, infinitas vezes e ainda assim respira por negar

E então se torna sufocante, difícil de manter a paz, de achar seu lugar.

Abraçada a solidão, semeando aos poucos como seria funcionar de forma padrão

Quando não se encaixa, não se encontra, quando já não procura sentir

A vida de forma simples acerta o tapa da revelação

Não estamos para agradar, não somos apenas mais um a somar somos na terra de cego ainda que sem olhos a enxergar

Em meio a este devaneio, a esse balbuciar já me encontrei e me perdi sem ao menos conseguir contar

É não estar de mãos dadas consigo mesma, brincando de cabo de guerra

O conflito de sentir, o estopim pra discutir, o gatilho do medo e o tiro do fim.