Maria dorta

Quando me libertei

Amo e não negaceio mas,titubeio

Amo o longe e a miragem

Amo o improvável  e o difícil.

Minha vida? Lugar sem paisagem.

Sempre uma ventania

Onda indomável, agonia

Vulcão jorrando lava

Um nunca caber em mim

Transbordando sonhos inviáveis. 

Vivia presa e pela metade

- Me largue! Pedi à  sensatez!

- Não me tolha,quero renascer! 

Juízo em demasia,só me fez sofrer.

Agora soltei as rédeas! 

Quem me deu tanto axé?

Vá  saber...não sei,nunca saberei!

Transito em bolhas. Frágeis são e o ar não me retém. 

Liberta,ouso convidar- te. Vem!

Fazer-te meu refém. 

Se lance na fogueira da vida

Sem censuras,vem, coragem!

Se deixe queimar na viagem.

Depois vou te cuidar,é  provável.

Deixa eu te iludir.

Só  finja acreditar.

Eu,de meu lado

Vou também,  do meu lado também

Fingir ser aquilo

Em que desejo me tornar!

Vou em mim mesma acreditar.

Deixa eu te sonhar

E,quem sabe, me sonhar também. 

Na miragem de querer amar

Em braços  de fumaça  me transmudar!

 

Maria Dorta  escrito em setembro 2014