Pensei que fosses a mais bela rosa,
Pensei, tão iludido, na verdade
Que esse teu canto vil que persuade
Fosse a coisa mais bela e deleitosa.
E neste pensamento que necrosa
Minha carne iludida por vaidade,
Persisti muito tempo em lealdade
Nessa coisa nojenta, abominosa!
No universo não há coisa mais rude;
Não há amor que resista ao teu sadismo,
Viver com teus absurdos eu não pude.
E pensativo em casa, sempre cismo;
Como engodas a louca juventude
Nesses engodos fúteis, ateísmo!