Eu poderia contemplar o teu rosto o dia inteiro
E assim virar os meus dias indefinidamente
E isso estaria longe de ser um castigo de Sísifo
Que rolava a mesma pedra sobre o mesmo monte
Acima e abaixo
Todos os dias
Eu poderia te amar o tempo inteiro
E me expor diante de ti de corpo e alma
Ainda que isso me fragilizasse
E expusesse todas as minhas vísceras
Às aves de rapina como ocorria a Prometeu
Que se via devorado assim todos os dias
Pois que outra coisa eu poderia fazer da vida?